A companhia La Boite à Sel apresentou-se pela primeira vez no Brasil no Teatro SESC/SENAC, no Festival Internacional de Teatro Infantil do Ceará (TIC), com o espetáculo “Play”, direcionado para o público infantil a partir de 2 anos.
Foi criada no ano de 2000 por Céline Garnavault, que é atriz, diretora e roteirista. Em entrevista concedida ao Portal, ela nos falou do seu trabalho envolvendo o universo infantil.
A peça desenvolve-se em torno de duas crianças explorando o mundo imagético, por meio de objetos como fitas adesivas, carros, cavalos, teclados, arcos e dados de madeiras e outros, em que se pode observar a contextualização de diversas linguagens. O espetáculo traz em cena o drama, a música e o espaço físico, abordando os processos de primeiro contato da criança com o meio, o desenvolvimento físico, o amigo imaginário e a relação com os brinquedos; considerando os aspectos da comunicação sonora, visual e corporal. Importante no aprendizado dos pequenos.
Acompanhe a entrevista.
Portal – Qual foi sua proposta central para a construção do tema?
Céline – Mostro o mundo dos brinquedos, tornando fácil a compreensão da criança, a diversão de aprender as lições nas impressões mantidas com a relação dos seus objetos de valor.
Portal – Seu perfil de público é sempre o infantil?
Céline – Nossa produção engloba em torno do infanto-juvenil e do jovem.
Portal – Que relação teve o espetáculo com o cinema mudo criado por Charles Chaplin?
Céline – Não buscamos inspiração no cinema silencioso. A ausência das palavras surgiu para mostrar a relevância da comunicação com os objetos em cena, que são os brinquedos. Não teve semelhança em Charles Chaplin que trabalhou bastante o lado cômico de suas histórias.
Portal – O figurino e os objetos, na maioria deles, são vistos nas cores primárias. O que você desejou manifestar ao público nas cores vermelho, amarelo e azul?
Céline – Elas fazem parte do play conectando com o mundo lúdico, vivido no período da escola, e liberando o lado infantil da imaginação, criatividade, dinâmica e expressão. São as primeiras cores de contato logo que chegam à escola.
Portal – A companhia já tem em vista algo novo para apresentar?
Céline – Sim. O próximo trabalho usará o foguete como elemento futurístico para levá-las à possibilidade dos seus sonhos. Já sabemos que foi possível o homem chegar à lua, é nesse sentido que vamos ajudá-las a imaginar e acreditar.
Portal – Para encerrar nossa conversa, não poderia faltar a pergunta que não quer calar. O que achou da reação do público brasileiro?
Céline – Bem participativo. Trocam conversas dando risadas. Mostram muito interesse e a euforia é contagiante. Muito diferente do que acompanhamos lá fora.
Portal – Você ficou feliz da organização do teatro e dos resultados? O que achou?
Céline – Estou muito feliz. Isto é tudo. Você é um dos primeiros a entrevistar-nos. Muito obrigado.
Por : Lima Sousa/ Revisão: Fernanda Silvia/ Agradecimentos: SESC e Fotografia/ tradutor: Eduardo Bruno/ Céline Garnavault.